Em meio à pandemia de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demitiu o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na tarde desta quinta-feira (16). Pelo Twitter, Mandetta confirmou a informação: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde”.

O oncologista Nelson Teich é quem deve assumir o cargo. O médico se reuniu com Bolsonaro em reunião pela manhã. Na última terça-feira (14), Mandetta admitiu a interlocutores que errou ao bater de frente com o presidente, e que por isso estaria com o cargo ameaçado mais uma vez. Na entrevista exibida domingo pelo Fantástico, da Rede Globo, ele disse que a população não sabia se ouvia o ministro ou o presidente.​

Bolsonaro vinha fazendo críticas à maneira com que Mandetta conduzia a crise causada pelo novo coronavírus no país. O presidente é contra o isolamento social, conduta recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), praticada nos países com alta incidência da Covid-19 e apoiada por governadores e pelo Ministério da Saúde até o desligamento de Mandetta. Bolsonaro já havia criticado a conduta de Mandetta na quinta-feira (2), em entrevista à Rádio Jovem Pan, ao acusar o ministro de “falta de humildade”. Dias depois, sem citar nomes, Bolsonaro disse que “algumas pessoas” do governo “de repente viraram estrelas e falam pelos cotovelos” e disse não ter medo de “usar a caneta” contra eles.

Questionado sobre as críticas de Bolsonaro e falas do presidente que contrariam a recomendação de isolamento social da OMS, Mandetta negou qualquer possibilidade de pedir demissão e disse que seguiria no cargo enquanto o presidente quisesse. Na sexta-feira (3), Mandetta disse que “médico não abandona o paciente” ao negar novamente a possibilidade de pedir demissão.

Bolsonaro também fez críticas a governadores que apoiaram o ministro Mandetta e o isolamento social, como o governador de São Paulo e adversário político de Bolsonaro, João Doria (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL). Apesar das críticas de Bolsonaro, pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (3) indicou que a postura do Ministério da Saúde diante da crise do novo coronavírus é aprovada por 76% dos entrevistados. Já a conduta do presidente durante a pandemia tem aprovação de apenas 33%, menos da metade do percentual de apoio a Mandetta. Fonte: // NSC Total.